sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Parabéns Ana ***

Ana. Hoje sinto-me um pouco como as fadas madrinhas, sabes aquelas fadas muito fofinhas da princesa Aurora ? ( Pede á tua mãe que te conte a história da Bela Adormecida, ela sabe.) Então é assim, Não te vou desejar uma voz de rouxinol nem uma beleza de tirar o fôlego e fazer parar o transito, Vou antes desejar que tenhas uma infância plena e feliz e um pouco como a minha. ANA Desejo-te do fundo do coração: Noites dormidas em casa dos avós. Fruta comida diretamente da árvore. Namoro no intervalo da escola. Longas conversas com amigas e depois chegar a casa e voltar a ter longas conversas ao telefone com as mesmas amigas. Fins de semana com sol. Idas ao cinema. Jantaradas com amigos. Viver sem inimigos. Filmes lamechas na TV com um balde de pipocas caseiras ( acredita, são as melhores , daquelas feitas no fogão á moda antiga ). Ter uma pessoa especial, e que ela goste de ti. Churrascos á beira das estradas e miradouros dos Açores. Viagens, novas culturas e novas pessoas. Ouvir uma palavra amável. Ter uma surpresa agradável. Ir a um concerto de uma banda que gostes e abanar o capacete. Noite de lua cheia e contar estrelas ao luar. Rever uma velha amizade. Rir sempre como se fosses criança. Ouvir o canto dos passarinho ao acordar. Uma canjinha quando estiveres doente e uma laranjada depois de uma noite de excessos. Provar água ardente e licores caseiros ás escondidas nas férias da escola e rir como se não houvesse amanhã e sem saber porquê. Escrever uma carta de amor, mesmo que nunca seja enviada. Tomar banho numa cascata e numa lagoa. Ficar com um lindo bronzeado de verão. Aprender um nova canção e canta-la ao som do violão. Esperar alguém na estação e no aeroporto. Queijo com doce e charutos doces da ilha do teu pai. Passar a noite em branco com os amigos para ver o nascer do sol. Uma festa. Um violão á volta de uma fogueira. Recordar um amor antigo. Ter um ombro sempre amigo. Bater palmas de alegria e chorar de emoção. cantar , cantar muito, em casa, na rua e no carro, mesmo que pareças uma doida e os outros condutores se riam para ti e fiquem desejando saber qual a estação de rádio que estás a ouvir. Ouvir a chuva a bater na janela. E acima de tudo, ter aquele cadeirão antigo, onde nos sentamos tantas vezes em criança, e saber que ele estará lá para ti sempre que precisares, sem ser preciso falar, para que os teus pais percebam que algo não está bem, e que basta um olhar deles e tu sabes, logo ali naquele instante que tudo vai ficar bem, e que eles estão lá para ti sempre que precisares de um abraço ou mesmo de um safanão e até mesmo quando já fores uma mulherzinha, casada e com filhos teus…. Mas para a Polo Norte e o Mámen, tu vais ser sempre o seu Amor maior e a bebé que hoje és, e que serás sempre filha. A filha, a Ana. Beijinho muito grande deste cantinho esquecido no meio do Atlântico. Desta Atlantida perdida. Romina, Ponta Delgada, Açores

2 comentários:

  1. Opá, eu acho que isto é qualquer coisa da atmosfera açoriana que nos faz assim, deveras felizes, com infâncias felizes e a cheirarem as nostalgia.

    Sorte a da Ana de ter uma costela Açoriana :)

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  2. Obrigado por estas palavras. E como diz a Corisca, até parece que sinto os Açores nas tuas palavras.

    Um grande beijo do conterrâneo.

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