sexta-feira, 1 de novembro de 2013

É hoje !


Diz se que hoje é o dia.
O dia em que saí de casa com o coração pequenino, pequenino. Do tamanho de uma ervilha.

Apertei o Miguel nos braços e enchi-o de beijos.
Entre grunhidos e um “ tá bom “ ( estava a dormir ainda ) lá me lambuzei toda e pedi para ele me ir buscar ao aeroporto no Domingo.
Segui para a creche, para deixar o Diogo. Com esse estive à vontade, pois é um penar para sair do meu colo quando chega a creche. E hoje em especial consolei-me em ter aqueles bracinhos gostosos agarrados ao meu pescoço e cheirei aqueles cachos doirados como se não houvesse amanha.

Gente !
Parece que vou para a guerra. Ou que vou emigrar .
Que é isso ? Vou só ali e já venho.
Vou hoje á tarde e venho no domingo.
São só 2 noites.
Mas serão as noites mais compridas e vazias do ano.
Em que irei estar sozinha numa terra estranha e que nunca foi minha.
Em que vou deixar a minha vida assim. Entregue a uma casa perdida no meio do nada, rodeada de verde e de pássaros a chilrear. Numa vila que agora é cidade ( ninguém me tira da cabeça que foi por causa do meu filho J )

Sei que depois de lá estar vou estar bem.
A fazer compras para o Natal. A recompor o guarda roupa daqueles corisquinhos que crescem a olhos vistos.
Mas custa. Para mim custa. Esta foi a vida que escolhi. Mas o facto de ir sozinha, de nem rabibi me acompanhar ( ele detesta Lisboa ) deixa me assim. Mais parvinha. Mais lamechas.


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