domingo, 13 de julho de 2014

Como as coisas mudam.

Sempre tive uma relação muito boa com os meus pais. Nunca tivemos aquela relação de pai a benção, mãe a benção. Sempre foi uma relação muito mais relaxada, do género de tu cá tu lá, mas sempre com muito respeito e sem nunca ultrapassar os limites e a má criação. Talvez por termos uma diferença de idades nºao muito grande, ( tenho 18 anos de diferença da minha mãe e 23 anos do meu pai ) Mas sempre fomos muito amigos e com o passar dos anos, nunca acreditavam que eles eram meus pais, pensando sempre que eram os meus irmãos mais velhos. Na adolescência isso irritava-me muito. E bradava aos 4 ventos que eles eram meus pais e não meus irmãos. Hoje já gosto que os confundam por meus irmãos e que nem acreditem que já são avós de 3 rapazes lindos.

Claro que quando era mais nova, o que queria era sair com os meus amigos, e estar quanto mais longe dos meus pais melhor. Adorava os fins de semana que passava fora com as Guias e os acampamentos e as noites dormidas em casa das amigas. Nunca sentia saudades. Eu estava bem e sabia que eles estavam em casa à minha espera. Que querem ? Uma típica adolescente que pensa que é a maior e que nada nos acontece, somos jovens, cheios de saúde, adrenalina sempre ao máximo.

Mas a vida muda. As responsabilidades crescem. Vem os filhos e ficamos ligados a pessoas que dependem de nós. Talvez por isso começamos a ver a vida com outros olhos e a ponderar antes de tomar certas atitudes.

Noto isso em dois aspectos da minha vida.

Primeiro, antes não tinha medo de nada. O que queria era adrenalina. Fazer Rappel, andar em todas as montanhas russas da eurodisney e da Marine Land. Amava o twister da feira popular de Lisboa. Se tinha medo ? Claro que sim.  Gritava como uma louca, mas mesmo assim ia na mesma, sem pensar nos perigos. Adorava e repetia a aventura quantas vezes pudesse. Só não fiz body jumping porque o meu tio não deixou.
Hoje já não sou tão afoita. Já não era capaz de me atirar de um penhasco só com uma corda amarrada da cintura. Se andasse numa montanha russa, já não ia assim de caras. Ia pensar e repensar e tomar coragem e implorar por companhia, mas acho que no fundo acabava por ir. Mas já não tão levianamente. Agora sou mãe. já não posso pensar só em mim. Tenho que pensar neles acima de tudo.

Em segundo lugar, os meus pais. Antes de casar e ter filhos, não me preocupava tanto. Quando ia de férias para fora da ilha, esquecia-me de ligar, e quando ligava era só para os sossegar pois sabia que ficavam preocupados. Agora...Não passa um dia em que não fale com a minha mãe. Posso não ir lá a casa todos os dias, mas falamos sempre por telefone. Temos sempre qualquer coisa a dizer e acabo por passar lá em casa montes de vezes. Por isso hoje. No primeiro dia de férias deles, já estou cheinha de saudades e já pensei neles milhentas vezes.  

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