segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Socorro, estou a ficar igual à minha mãe.


Hoje foi o primeiro dia de aulas do Miguel e não sei quem estava mais nervoso, mas tenho quase a certeza que era eu.

Ele em casa estava nervoso, deu-lhe dores de barriga, o pequeno almoço, que o obriguei a tomar, ( pois ele nunca quer comer de manhã ) ia saindo de jacto boca fora...mas depois,  quando chegou à escola, ao rever os amiguinhos ( muitos dos quais estiverem com ele na pré ) ignorou-me por completo e foi logo mostrar as coisas novas. Confesso que as lágrimas vieram-me aos olhos, mas tratei logo de as fazer subir, pois se ele estava tão bem, não era eu que ia fazer figuras tristes.

Mas claro que na minha cabeça, os filmes já foram mais que muitos. Nem vos passa pela cabeça , a vontade que já tive de ligar para a escola e falar com ele para saber se ele estava a gostar.

O primeiro drama, foi o facto de o pai o ter sentado no primeiro lugar em que pôs os olhos, ou seja na última fila de trás ( homens !!?? ). No meu tempo e na minha escola, as secretárias eram de 2 a 2, mas na sala de aulas do Miguel são três filas corridas. Tipo tudo ao molho e fé em Deus. Mas não queria nada que ele ficasse tão atrás. Claro que depois a professora deve reestruturar os lugares, mas queria que ele estivesse mais para a frente para ficar mais atento, pois já estou a ver o meu futuro, médico, engenheiro ou consultor da NASA. E foi aí nessas minhas divagações que me caiu a ficha. O meu tico e teco chocaram e percebi, que também eu não era aluna de me sentar na primeira fila da frente, e também a minha mãe visualizava um futuro excepcional para mim, sua primogénita. Mas afinal as coisas nem sempre correm como queremos. O meu curso ficou a meio, curso esse que até já foi fechado na UA. Não me tornei médica nem ganho rios de dinheiro. Mas sou feliz, graças a Deus tenho um emprego decente, não ganho o vencimento mínimo. E a minha mãe aceitou-me como sou e lidou bem com as minhas escolhas, que confesso podem não ter sido as mais inteligentes, mas foram as que me pareceram melhor na altura que as tomei.
Também eu espero poder iluminar a cabeça do meu filho, incentivá-lo ao estudo, ensiná-lo o melhor que posso e tentar ao máximo a que seja feliz. Mas acho que vou ser igual à minha mãe...sempre em cima dos estudos e a não permitir negativas nas notas finais. Afinal, qual mãe não quer o melhor para os seus filhos ?

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